domingo, 11 de setembro de 2011

Stella Artois



Princípio número 1 do Abade: «Se vais provar algo em particular, que seja a 1ª degustação da noite.» O paladar tem que estar puro. E se a escolhida for uma "ale", não bebas mais do que uma, da mesma variedade. Não queremos esbater o sabor ao ponto da banalização.

Mas é de "lagers" que falamos hoje. Este velho Abade que vos fala, gosta de uma boa "lager". Este tipo de cerveja é a mais comum, em termos de consumo.

A Stella Artois tem grande escola, cerveja Belga, uma das boas "lagers" europeias, com sabor (a presença da cevada, do milho e do lúpulo, e uma boa carbonatação) e aroma. E é isto que a destaca das demais; tem personalidade. Tal como a Super Bock, não tem grande "gravata", mas isso é o menos, quando estamos a falar de uma loira de qualidade. A Stella é uma cerveja de referência, bebe-se muito bem, pode ser consumida sem problema durante uma noite. E não é muito cara, apesar de ser importada.



Stella Artois Anno 1366, Belga, desde 1926, 5.0º álcool.


pontuações (de 1 a 10):

1- sabor – 8,5
2- aroma - 8
3- corpo da cerveja (textura, espuma, carbonatação/"gás") – 7,5
4- aparência – 7,5
5- grau alcoólico - 8,5
6- nota final – 8

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Leffe Vieille Cuvée


Foi há alguns anos, numa peregrinação de carro pela Europa. Parámos em todas as cidades ao longo do percurso, até que o destino nos levou a uma região entre a Bretanha e a Normandia, onde o velho Abade se deliciou com o petisco e néctar local.

Era um final de tarde de estio, a noite caía e no centro velho da localidade grupos de pessoas juntavam-se em torno de jograis de animação turística, que davam vida e cor à antiga praça. Uns faziam malabarismos, bamboleando o corpo em equilibrismo, outros cuspiam fogo, outros ainda encenavam pequenas peças de escárnio, metendo-se com os passantes. Lá ao fundo, a melodia medieval seiscentista de um realejo, "orgue de barbarie", ao som da voz de um velho de cabelos castanhos lisos, que lhe caíam até aos ombros, e de expressão longínqua, como que embrenhado nas suas próprias memórias, enquanto movimentava uma manivela.

Não havia vento, estava um princípio de noite convidativo, e todo o tasco ou boteco tinha esplanada com mesas na praça. Escolhemos um que tinha um quadro negro, assente em tripé nos paralelepípedos da rua, onde, a giz, se lia "moules frites".
E assim pedimos a especialidade local, ainda saltanto com os olhos pela carta, tentando escolher a bebida com que acompanharíamos o pequeno banquete. Saltou à vista uma cerveja encorpada, com uma cor caramelo e ideal para acompanhar refeições ligeiras, indicou o dono do estabelecimento. "Leffe Vieille Cuvée" (velho vintage).

A cerveja não tardou a chegar, acompanhando os mexilhões em sumo de limão. O velho Abade que aqui vos fala, sentiu-se no céu ao primeiro aroma desta cerveja Belga artesanal. Frutada, com o sabor doce a persistir no palato após o primeiro trago. A combinação da degustação desta cerveja, acompanhada com o prato local, foi como um poema.


Leffe Vieille Cuvée, Belga, circa século XIII, 8.4º álcool.


pontuações (de 1 a 10):

1- sabor – 8,5
2- aroma - 9
3- corpo da cerveja (textura, espuma, carbonatação/"gás") – 8,5
4- aparência – 8,5
5- grau alcoólico - 9
6- nota final – 8,7

*A experimentar também: "Leffe Radieuse" (ruiva).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Começar pelo princípio: as cervejas nacionais. Qual a melhor?

O Abade já bebeu milhares de litros de cevada fermentada. Hoje a pergunta para os leitores é: qual a cerveja nacional (lager) que preferem e porquê. Dêem a vossa opinião e façam a vossa pontuação.
pontuações (de 1 a 10):

1- sabor

2- aroma

3- corpo da cerveja (textura, espuma, carbonatação/"gás")

4- aparência

5- grau alcoólico

6- nota final

*Por ora, o Abade apenas expressa que a sua lager nacional preferida é a Super Bock. Mais à frente fará a sua análise pessoal e individual.

Abençoados sejam!

Na adega da Abadia




Uma vida dedicada a Deus, à oração e à cerveja. Fui ordenado Abade de um mosteiro longínquo e isolado na recôndita e inóspita floresta alemã.


Hoje, velho e gasto, caí em desgraça e perdi a fé. Despromovido pelo prior, abracei a minha grande paixão, como responsável pela produção artesanal do néctar da Abadia. A minha religião é a cerveja. A minha demanda é a degustação!

domingo, 4 de setembro de 2011

À porta da Abadia




«He was a wise man who invented beer» - Platão


«The problem with the world is that everyone is a few drinks behind»

- Humphrey Bogart


«Work is the curse of the drinking classes» - Oscar Wilde